Ria muito e gostava de liberdade: quem era a mulher esquartejada que teve corpo deixado em mala na rodoviária
Confirmado nome da vítima do crime da mala na rodoviária Descrita como uma pessoa que ria muito e amava viajar, Brasília Costa, de 65 anos, teve a vida inter...

Confirmado nome da vítima do crime da mala na rodoviária Descrita como uma pessoa que ria muito e amava viajar, Brasília Costa, de 65 anos, teve a vida interrompida de forma brutal quando foi morta e esquartejada em agosto deste ano. Partes do corpo foram espalhadas por Porto Alegre, incluindo o tronco, que foi deixado dentro de uma mala na rodoviária da cidade. Natural de Arroio Grande, no Sul do RS, Bia, como era chamada, viveu a infância e juventude em Jaguarão, onde manteve laços com amigos e familiares. Depois, se mudou para a Capital. “Ela era muito querida, a gente gostava muito dela”, disse Manoel Ferreira Telles, irmão de Brasília. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp A vítima, que não teve filhos, chegou a se casar aos 20 anos, mas se divorciou e seguiu a vida. Pessoas próximas dizem que a mulher, que trabalhava como manicure, também era "reservada" e de poucas palavras. "Ela preferia ter a liberdade dela, viver sozinha, fazer as coisas que ela gosta", relatou a amiga Clair Bonneau. O irmão de Brasília conta que, em junho, trocou mensagens com a irmã e pediu que ela voltasse a viver na cidade natal. “Brasília, vem pra cá, a gente te cuida aqui”, relembrou Manoel. No entanto, ela recusou, dizendo que tinha um amigo que a ajudava em tudo. O amigo em questão seria o publicitário Ricardo Jardim, de 66 anos, com quem Brasília mantinha um relacionamento desde que se conheceram em um abrigo durante a enchente de 2024. Ele é o principal suspeito do assassinato. Em 2018, Jardim foi condenado pela Justiça a 28 anos de prisão por matar e concretar o corpo da mãe. Juíza explica regime semiaberto para suspeito mesmo após condenação por morte da mãe Segundo Raquel Costa, cunhada da vítima, o casal havia terminado o relacionamento em outubro de 2024, mas reatou há cerca de cinco meses. “Ela não queria apresentar ele de jeito nenhum”, contou Raquel Costa, cunhada e melhor amiga da vítima. “Parecia que ele tinha problema com os filhos, com a mãe... então ele não saía, ela disse que ele não gostava nem de ir no mercado, não gostava de sair para lugar nenhum", observou. Brasília Costa Arquivo pessoal LEIA TAMBÉM: Publicitário criava perfis falsos com imagens de IA para atrair mulheres, diz polícia Vídeo mostra momento em que suspeito deixa mala em rodoviária Saiba como suspeito de esquartejamento foi preso após morte de mulher em pousada Alteração no comportamento A cunhada relatou ainda que o comportamento de Brasília mudou nas últimas semanas: "Ela sempre foi de ficar o final de semana todo aqui em casa. [...] Depois que ela estava com ele, ela não vinha mais e ficava. A última vez que veio foi em julho", relembrou Raquel. A ausência de Brasília no aniversário da sobrinha, em agosto, acendeu o alerta da família. Ela teria justificado, por mensagem, que viajaria com Ricardo para o Nordeste. Do celular dela, foram enviadas duas fotos de João Pessoa, na Paraíba. “Tem que mandar áudio, tem que mandar foto, senão a gente vai mandar a polícia atrás de ti”, escreveu Raquel em uma das mensagens. A resposta foi: “Tá, deixa a gente se assentar primeiro". Segundo a investigação da polícia, Ricardo escrevia se passando pela vítima. Brasília mantinha contato com amigos de Jaguarão pelas redes sociais. Clair, vizinha da infância, contou que mandou parabéns no aniversário da amiga, em 3 de setembro, mas não recebeu resposta. "Uma pessoa boa, meiga, falava pouco, ria muito... mas assim, uma pessoa que eu não tenho nada para dizer enquanto a gente foi amiga, conviveu no dia a dia, era uma pessoa excepcional pra mim, uma amiga de verdade", disse Clair. Brasília Costa Arquivo pessoal Próximos passos da investigação A cabeça da vítima ainda não foi localizada. Essa etapa é para permitir a identificação completa do corpo e contribuir para a definição precisa da causa da morte. Além disso, os investigadores devem realizar perícia no celular da vítima e nos demais dispositivos eletrônicos apreendidos. O objetivo é confirmar se as mensagens enviadas em nome da vítima foram realmente redigidas por ela, além de rastrear possíveis movimentações financeiras e digitais que possam esclarecer o contexto do crime. Linha do tempo: homem preso após abandonar mala com corpo na rodoviária de Porto Alegre Infográfico/g1 VÍDEOS: Tudo sobre o RS