cover
Tocando Agora:

Causa da morte, onde está o crânio e interrogatório do suspeito: o que falta saber sobre caso do corpo em mala na rodoviária de Porto Alegre

Corpo na mala: veja o que se sabe até agora A Polícia Civil confirmou, na terça-feira (9), que as pernas encontradas na Zona Sul de Porto Alegre entre sábad...

Causa da morte, onde está o crânio e interrogatório do suspeito: o que falta saber sobre caso do corpo em mala na rodoviária de Porto Alegre
Causa da morte, onde está o crânio e interrogatório do suspeito: o que falta saber sobre caso do corpo em mala na rodoviária de Porto Alegre (Foto: Reprodução)

Corpo na mala: veja o que se sabe até agora A Polícia Civil confirmou, na terça-feira (9), que as pernas encontradas na Zona Sul de Porto Alegre entre sábado (6) e domingo (7) têm o mesmo DNA do tronco que estava dentro de uma mala na Estação Rodoviária e dos restos mortais em sacolas de lixo deixadas em uma rua da Zona Leste. A vítima é Brasília Costa, 65 anos. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Nesta quinta-feira (11), o principal suspeito do crime, identificado como Ricardo Jardim, publicitário de 66 anos, deve prestar o primeiro depoimento à polícia desde que foi preso preventivamente, na última quinta-feira (4). Polícia prende suspeito de deixar mala com parte de corpo em rodoviária Publicitário já foi condenado a 28 anos por matar e concretar a mãe Suspeito criava perfis falsos com imagens de IA para atrair mulheres Vídeo mostra momento em que suspeito deixa mala com corpo Em nota, a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul informa que, caso Jardim "não constitua advogado particular", "irá atuar na defesa, por seu dever constitucional, e irá se manifestar somente nos autos do processo". Nesta reportagem, o g1 mostra o que se sabe e o que ainda falta saber sobre o caso: O que falta saber Como aconteceu o crime Onde está o crânio da vítima O que o suspeito falará no primeiro depoimento à polícia O que será encontrado na perícia no celular da vítima O que já se sabe Quem é o suspeito Vítima e motivação do crime Data do homicídio Mala com tronco estava na rodoviária Por que suspeito foi solto mesmo condenado por morte da mãe Infográfico - Linha do tempo: homem preso após abandonar mala com corpo na rodoviária de Porto Alegre Arte/g1 O que falta saber 1. Como aconteceu o crime Dinâmica do crime Polícia Civil/Divulgação Segundo a investigação, o suspeito mantinha relacionamento com a vítima e tentou usar os cartões dela. Comprovantes de transações entre ambos foram encontrados. A motivação financeira é uma das linhas de investigação seguida pela polícia. As circunstâncias do crime, no entanto, ainda são investigadas. A investigação aponta que o homem deixou pistas falsas dentro da mala no guarda-volumes, e há suspeita de que tenha feito denúncias falsas para a polícia. "Parecia que ele estava querendo controlar os atos do estado e da polícia. Parecia que ele queria estar um passo a frente da polícia", explica o delegado Souza. Após deixar a mala na rodoviária, ele teria ido para a Zona Norte de Porto Alegre, onde foi até um estabelecimento comercial e, então, para uma pousada. 2. Onde está o crânio da vítima A vítima foi esquartejada e teve as partes de seu corpo descartadas de diferentes formas: o tronco foi colocado dentro da mala e deixado na rodoviária de Porto Alegre; as pernas foram descartadas na Zona Sul da cidade e encontradas em datas e locais diferentes; e outras partes do corpo já haviam sido encontradas em agosto dentro de sacolas de lixo. A cabeça da vítima, no entanto, ainda não foi localizada. Essa etapa será decisiva para permitir a identificação completa do corpo e contribuir para a definição precisa da causa da morte. 3. Depoimento do suspeito O publicitário Ricardo Jardim deve prestar nesta quinta-feira (11) o seu primeiro depoimento à polícia desde que foi preso preventivamente, na última quinta-feira (4). Com o interrogatório, a polícia pretende obter respostas para questões ainda não resolvidas sobre o crime. 4. Perícia Além disso, é aguardado o resultado da perícia no celular de Brasília e nos demais dispositivos eletrônicos apreendidos com Ricardo. O objetivo é confirmar se as mensagens enviadas em nome da vítima foram realmente redigidas por ela, além de rastrear possíveis movimentações financeiras e digitais que possam esclarecer o contexto do crime. O suspeito estava com o celular da vítima e teria se passado pela mulher em mensagens para familiares após o crime. O conteúdo do aparelho e de outros dispositivos apreendidos será analisado pelos peritos. A principal linha de investigação aponta que, como o homem estaria enviando mensagens pelo celular da vítima, nenhum amigo ou familiar teria suspeitado de que algo estava errado e, assim, não houve registro de desaparecimento. O que já se sabe 1. Quem é o suspeito Trata-se do publicitário Ricardo Jardim, de 66 anos. Segundo o diretor do Departamento de Homicídios, delegado Mario Souza, o suspeito do crime dominava técnicas de corte. Ele também teria demonstrado "elevado grau de organização e capacidade criminosa". Ricardo já havia sido condenado a 28 anos por matar e concretar a mãe, segundo a Polícia Civil. Ele estava em regime semiaberto e foi considerado foragido desde que a polícia não conseguiu contato com ele para colocação de tornozeleira. O crime aconteceu em 2015, e a decisão da Justiça é de 2018. Entretanto, em 15 de janeiro de 2024, após quase seis anos preso, a 2ª Vara de Execuções Criminais (VEC) de Porto Alegre concedeu progressão ao regime semiaberto de forma antecipada. De acordo com a juíza Sonali da Cruz Zluhan, que estava à frente da VEC à época, a ida de Jardim para o regime semiaberto aconteceu porque a cadeia estava lotada e ele tinha dois laudos psicossociais favoráveis. 2. Quem é a vítima Corpo dentro de mala: vítima é identificada como Brasília Costa, de 65 anos Arquivo Pessoal A vítima é Brasília Costa, de 65 anos. A confirmação da identidade foi possível por meio de DNA. Ela e o suspeito se conheceram em um abrigo da capital durante a enchente em junho do ano passado. A informação é da cunhada da vítima, Raquel Costa. Conforme a Polícia Civil, ela era natural de Arroio Grande, na Região Sul do estado, residia na Zona Norte de Porto Alegre e trabalhava como manicure em salões de beleza. Brasília era divorciada, não tinha filhos e gostava de ser chamada de Bia. Pessoas próximas dizem que a manicure era "reservada" e "gostava de ficar sozinha". Segundo a cunhada Raquel, o casal havia terminado o relacionamento em outubro de 2024, mas reatou há cerca de cinco meses. Eles chegaram a combinar de viajar para João Pessoa (PB). A mulher nunca apresentou Ricardo aos familiares. Conforme relatos, o publicitário teria dito que tinha problemas com a mãe e os filhos, por isso não gostava de sair. 3. Data do homicídio O assassinato da vítima aconteceu em 9 de agosto. A polícia investiga se houve coautores. "A participação dele, como teria sido, se foi só levar a mala, se matou, se tem mais pessoas que poderiam ter auxiliado, isso tudo está sendo apurado", afirmou o delegado. 4. Mala ficou 12 dias na rodoviária De acordo com Henrique Zamora Rodrigues, supervisor do setor, a bagagem foi sinalizada para que apenas uma outra pessoa pudesse retirá-la. A Polícia Civil está apurando a relação do destinatário com o caso. O CPF e o nome colocados na mala estão sob sigilo. Os funcionários da rodoviária teriam acionado a polícia após sentirem cheiro forte no local. "Agora no fim de semana, por causa do calor, começou a exalar cheiro ali dentro, e hoje estava insuportável. Tentei contato com os dados que tinham passado, mas não consegui nenhum contato, até para poder descartar", conta Henrique Zamora Rodrigues, supervisor do setor de guarda volumes da rodoviária. Rodrigues conta que a mala foi levada para um local de descarte de lixo por conta do cheiro: "Fomos abrir, quebrei o cadeado, estava com vários sacos plásticos preto e vimos um tronco, que não era de animal, e acionamos a polícia na hora. Retiraram o corpo e o cheiro segue ali no ar", diz. Homem deixou mala com o tórax de uma mulher no guarda-volumes da rodoviária de Porto Alegre Divulgação/Polícia Civil 5. Linha do tempo da prisão e soltura O publicitário havia sido condenado a 28 anos por matar e concretar a mãe. Jardim estava em regime semiaberto e foi considerado foragido desde que a polícia não conseguiu contato com ele para colocação de tornozeleira. 15/01/2024: Justiça autoriza progressão ao semiaberto e liberação com monitoramento diante da falta de vaga, com apresentação obrigatória em 48h 16/01/2024: Ricardo é liberado da prisão 19/01/2024: Ricardo se apresenta ao Instituto Penal de Monitoramento Eletrônico, que não tem tornozeleiras disponíveis 28/02/2024: Acontece uma tentativa de agendamento da instalação da tornozeleira, mas não atendeu as ligações 06/04/2024: Feito o registro de Não Apresentação, passando para a condição de foragido 22/04/2024: Ministério Público solicita a expedição de mandado de prisão 06/02/2025: Juízo regride cautelarmente o regime para o fechado e expede mandado de prisão Homem deixa mala com parte de corpo de mulher na rodoviária de Porto Alegre VÍDEOS: Tudo sobre o RS

Fale Conosco